quarta-feira, 16 de julho de 2008

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS DE ANIVERSÁRIO.

Eu estou fazendo 52 anos, assim como no ano passado fiz 51 e no que vem...bem no que vem a gente conversa. Faltam então 22 anos para chegar nos 74, a data em devo morrer conforme me disse um vidente há uns 20 anos. Eu não faço questão de datas, tenho dificuldade em guardar a maioria, algumas importantes, mas tem sempre alguém que faz isto melhor do que eu. O que eu sei é que os prazos vão diminuindo, uma certa pressão que coloco sobre mim mesmo, aquele lance de deixar uma marca, algo que ninguém precise se esforçar muito pra se lembrar do meu nome. Ao mesmo tempo, sempre da mesma forma, digo a mim mesmo que tudo não passa de uma grande bobagem, que este é um jogo cujas regras já estão definidas desde sempre. Somos de repente jogados no meio de um campo insano e as tais regras vão surgindo do nada, em meio a tapas, socos e safanões e vamos nos inteirando aos poucos de onde estamos e o que achamos que somos. A arena nunca está vazia. Se der sorte, pode ser que você passe para as cadeiras na arquibancada e passe a decidir quem vive ou morre. Do contrário, é lá embaixo que tudo se dá, numa repetição infernal de expectativas. A maioria vão definhar no terreno das esperanças. As poucas que se realizam acontecem muitas vezes por uma sucessão de acasos, longe dos planos que você julga estarem bem arquitetados. E assim a vida segue. Algumas pessoas próximas são cheias de idéias otimistas, da conspiração positiva do universo e que tudo o que acontece é apenas um reflexo dos nossos pensamentos e desejos. Tenho sérias dúvidas sobre isto. O universo não dá conta de tanta gente pedindo tanto ao mesmo tempo. Eu não sou um pessimista do tipo clássico, aquele não carrega qualquer tipo de espectativa. Eu ainda me apego aos meus sonhos, aos meus planos e convicções, o meu combustível para os próximos 22 anos. Como tem sido até aqui, uma vida assentada no abstrato.

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