segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

PERDOE-SE EM PRIMEIRO LUGAR.

A nossa casa em Santo André era grande e quando eu e o Antonio tocávamos violão juntos eu gostava do eco que fazia na cozinha. Nós compramos juntos os violões. O meu era cor de marfim e o dele era avermelhado. A gente não tinha nenhuma pretensão com aquilo, que eu me lembre. Acho que era só por diversão ou fazer bonito com as garotas, sei lá. O que interessa é que a gente se sentava na cozinha e tocava algumas coisas que aprendemos numa revistinha chamada Violão e Guitarra. Era sempre a noite e a porta da cozinha, no tempo do verão, ficava aberta e uma brisa gostosa atravessava a casa. Caramba, a gente cantava Roberto Carlos: "Eu cheguei em frente ao portão, meu cachorro me sorriu latindo...", Belchior: "Há tempo muito tempo que eu estou, longe de casa, e nestas ilhas cheias de distância, o meu blusão de couro se estragou...", The Hollies: "...all I need is the air that I breath and to love you...", alguma coisa de Credence, Beatles e outros. Não éramos bons, mas era bem legal.
O Antonio hoje tá reconstruindo a vida dele na casa onde viveu meu avô. Comprou um terreno e vai construir uma oficina. Ah, e comprou um cavalo também. As notícias que tenho é de que ele está feliz. Eu estou tentando fazer um filme e terminar um livro e montar uma peça e pintar um quadro...
Aê, Antônio, olha só. A gente não errou, não. Foi uma coisa que passou e pegou a gente descuidado. Acho até que nós somos dois caras bacanas. Sobrou a diversão, é ou não é?

2 comentários:

Anônimo disse...

revistinhas onde traduziram Hey Jude para Ei judeu nao fique assim.

Luiz D. Lago disse...

Pois é, eram aquelas revistas mesmo. Ainda bem que eu já sabia um pouquinho de inglês.
Um abração.