sábado, 24 de janeiro de 2009

SLOW, SLOWLY.

Quando você se cansar, deixe um abraço e sorria pra aqueles que acham que você vale quase nada. Dê de ombros porque o entorno merece de vez em quando. Ache-se, contra os olhares desconfiados dos que não entendem bem o que você está fazendo. Você sabe, aquelas pessoas que precisam de referência pra tudo, um manual do que achar bom ou ruim. Andar é bom a pé, olhando tudo com curiosidade como se fosse a primeira vez. E sempre é, pra mim que não pretendo envelhecer as coisas, o que acontece quando as compreendemos, aquela escorregada distraída na pretensão. Eu costumo sentar num muro que fica num alto qualquer da cidade e de lá olhar tudo pra não absorver nada, além das coisas em seu lugar e sua beleza estranha. Tudo estático, alterando em silêncilo suas cores em tons de envelhecimento, enquanto o mundo passa batido. Você pode fazer isto, se quiser. Nada te prende. As caixas-modelos dos outros não podem te enjaular, tem um veneno constante escorrendo dos buracos daquelas pessoas. Há sempre um canto, uma pedra, um muro, uma escadaria, um vão e desvio quando tudo se fecha, aquela respiração curta. Um minuto de manto invisível, o lado bom desta cidade por onde passo, e nós todos, sem sermos percebidos. Não se preocupe com as mudanças que ocorrem, ou o jeito das pessoas de serem diferentes no minuto seguinte. Aquela inconstância crônica em alguns e passageira em outros, nos certos momentos em que uma parte qualquer, de algo qualquer, desaba. A cidade é grande e nem se importa por onde eu ou você andamos. Tome uma cerveja e espere. Nada faz sentido. Veja a cidade e dê de ombros. É assim mesmo.

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